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TRISTE DE SE VER- Abandono da praça Inaiá, fonte virou hospedeiro de lixo e sujeiras


Um dos monumentos históricos e cultural de Porto Seguro e que está no coração da cidade, está abandonado pelo poder público.

O monumento da Índia Inaiá, foi esculpido em madeira na década de 90 e constitui a única referência pública à presença dos povos indígenas na história local.


O monumento fica no encontro das três principais avenidas do centro da cidade, avenida Portugal, 22 de abril e Avenida Getúlio Vargas.

Os registros fotográficos da nossa reportagem na manhã desta quinta feira 07/04/2022, mostram, a triste realidade do local que um dia, moradores e turistas, pais e filhos, ficavam em volta admirando a beleza da fonte e fazendo registros fotográficos.

O Doutor em História, Francisco Cancela, escreveu um artigo sobre a Índia Inaiá e postou no site" Memórias de Porto Seguro, leia parte do artigo abaixo:

À semelhança de outras narrativas lendárias, as variações produzidas ao longo dos séculos trazem diferentes demarcações temporais e espaciais à história. Todas as narrativas, no entanto, remetem ao tempo do início da conquista e colonização portuguesa na América, logo após a chegada da esquadra de Pedro Álvares Cabral por esta região que ficou conhecida como Porto Seguro. Alguns dizem que Inaiá vivia nas terras onde hoje existe o vilarejo de Caraíva; outros dizem que ela vivia nas redondezas do Outeiro da Glória, no litoral norte da cidade. Uns afirmam que seu pai era um grande cacique da região; outros afirmam que seu irmão era o afamado Abatirá, líder dos Aimorés. Há quem diga que sua morte foi de saudade depois que seu amado português foi embora; há também os que dizem que ela morreu afogada, perseguindo a nado a embarcação lusitana que levava seu companheiro para Europa. Independentemente da versão que se escolha, a lenda de Inaiá traz consigo indícios preciosos não somente da história da formação da sociedade local, mas, principalmente, da história indígena nos primórdios da história porto-segurense.

Descrita sempre como bonita e jovial, Inaiá pertencia a uma família de lideranças indígenas que habitavam a costa do litoral da terra recém conquistada pelos portugueses. Numa perspectiva eurocêntrica dominante, as versões da lenda afirmam que Inaiá se apaixonou por um português que atracou sua caravela nas proximidades da aldeia. Após distanciamentos e desconfianças, o matrimônio foi acordado entre os interessados e o casal viveu feliz por algum tempo. Num certo dia, o português partiu para Europa sem levar sua amada, que, em decorrência do abandono, acabou por morrer. Inconformados com o trágico desfecho do enlace matrimonial, a família da jovem decidiu vingar a sua memória, destruindo a povoação portuguesa onde o lusitano antes se abrigava (podendo ser a vila de Santo Amaro para uns ou a povoação de São Francisco para outros). Mais que tragédia ou ingenuidade, a lenda de Inaiá pode ser interpretada por outras perspectivas quando se levantam dados mais precisos sobre aquele contexto colonial.

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