Ninguém sai ileso desse espetáculo que estreia no dia 15 de novembro do Centro de Cultura de Porto Seguro. Ao traçar uma linha poeticamente pericial que vai do Rio de Janeiro a Caraíva, a peça O B(r)anco dos Réus cria um corpo-manifesto para denunciar a violência contra a população negra.
O espetáculo apresenta um alucinante jogo com a plateia em que testemunho, denúncia e vivências são mensurados a partir de uma poética irônica, ao mesmo tempo em que se “advoga” em torno de um caleidoscópio de discursos racistas, de retóricas descartáveis, de relatos recorrentes e de estatísticas que consternam do começo ao fim.
O encontro do ator Wenderson Ferreira, com o diretor Éder Rodrigues, potencializa a tônica desse espetáculo que toca nas feridas que o racismo, há muito tempo, deixou abertas e, constantemente, ainda são banalizadas.
No palco, um tribunal performaticamente armado instrumenta a reconstituição irônica e sensível de fatos ocorridos que colocam em xeque o arsenal sistêmico de provas, litígios e a seletividade penal.
Entre desmascaramentos sociais e silêncios coniventes, um homem trava o embate mais importante de sua vida: o confronto com as narrativas que tentaram defini-lo. O viés interrogativo do espetáculo foi construído a partir de uma estética irônica que, pouco a pouco, tensiona as estatísticas letais da violência na Bahia.
O segundo trabalho da Bifurca Produções Artísticas é mais que um espetáculo. Trata-se de um ultimato, um convite que afeta, que comove e convoca. A estreia ocorre no dia 15 de novembro, às 19h30, no Centro de Cultura de Porto Seguro.
Entrada Gratuita (ingressos na bilheteria ou com a produção). Para marcar o seu lugar, leve o seu par de chinelos tipo havaianas. Serão devolvidos no final do espetáculo.
