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Como as chuvas impactam o trabalho da Embasa e afetam o abastecimento



Não é novidade que a estiagem provocada pelo El Niño causa muita preocupação quanto à diminuição do volume de água dos rios que abastecem as cidades. Mas você sabia que o excesso de chuvas também pode prejudicar o abastecimento de água?

Foi o caso de cidades como Teixeira de Freitas, Prado, Eunápolis e Porto Seguro, que tiveram o abastecimento de água reduzido devido às fortes chuvas dos últimos dias. Essa condição é causada, principalmente, pelo aumento do nível dos rios, resultando em uma grande quantidade de materiais sólidos e de impurezas transportados para as estações de tratamento de água (ETAs) por meio dos sistemas de captação instalados nos mananciais. Esse carreamento pode resultar na obstrução dos equipamentos do sistema de abastecimento.

Além disso, a composição natural da água dos rios também sofre alterações bruscas como o aumento da turbidez, da cor e do teor de ferro, sendo necessária uma frequência maior de limpeza dos filtros e manutenções em toda a estrutura operacional das ETAs, além de exigir constantes alterações no processo de tratamento para adequar a água distribuída aos padrões de potabilidade.



O gerente operacional de tratamento de água da Embasa, Filipe Barcellos, explica que todo esse cenário provocado pelas chuvas reduz significativamente a quantidade de água disponível para tratamento, afetando consideravelmente o abastecimento. “Quando a água dos rios atinge níveis de composição acima do limite da capacidade das nossas estações, não é possível assegurar que a água distribuída atenderá aos padrões de qualidade para consumo humano. Então, o primeiro procedimento da empresa é suspender ou diminuir o volume de captação de água bruta até que ela esteja novamente dentro das condições mínimas para ser tratada”, explica.

Apesar do tempo seco possibilitar melhores condições para as equipes atuarem nas manutenções necessárias, o nível do rio não se normaliza imediatamente quando as chuvas cessam. “É necessário ainda um período para que a água retorne às características e volume habituais”, finaliza. Mesmo diante das dificuldades, o gerente da Embasa Damiraldo Silveira assegura que todo esse esforço é necessário para garantir a qualidade da água tratada que chega às residências. “Temos nos desdobrado para superar os desafios impostos pelas condições climáticas adversas, assegurando o fornecimento seguro e confiável de água para a população”, enfatiza.

Diferença entre esgotamento sanitário e drenagem pluvial

Durante o período chuvoso, crescem também os casos de extravasamento de esgoto, em parte devido ao mau uso do equipamento pela população. Saber a diferença entre a rede de esgotamento sanitário e a de drenagem pluvial é fundamental para garantir o bom funcionamento de ambas. As chamadas “bocas de lobo”, instalações que escoam a água da chuva das ruas para a rede de drenagem, costumam ser retangulares e maiores que as de esgotamento sanitário, que são redondas, possuem tampas de ferro sem aberturas e exibem a marca da Embasa. “Recomendamos que os moradores não abram as tampas da rede de esgoto para escoar a água da chuva, pois essas tubulações não são dimensionadas para receber o grande volume da água das chuvas nem os resíduos sólidos que elas carregam”, explicou Robson Silva, gerente operacional de tratamento de esgoto.

Importância do reservatório domiciliar (caixa d’água)

Para esses períodos, em que o abastecimento pode ser interrompido temporariamente para manutenções ou ajustes no tratamento da água, a assistente social da Embasa Claudice Pires tem uma dica importante para evitar desabastecimento. “Se o imóvel possuir uma caixa d’água bem dimensionada, os moradores não ficarão desabastecidos”. A recomendação é calcular uma média diária de 200 litros para cada ocupante do imóvel e somar, ainda, mais 50% do consumo total para a reserva de incêndio. “Dessa forma, uma família de cinco pessoas, por exemplo, demanda um reservatório com capacidade suficiente para garantir cerca de 1.500 litros/dia”, finaliza.
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