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Portosegurense que era o homem mais velho do Brasil morre aos 118 anos



Foi no dia 9 de março de 1901 que nasceu, em Porto Seguro, Moacir Gonçalves de Jesus. Filho único de Marcelina Gonçalves de Jesus, tinha como características ser muito carinhoso, querido e que adorava contar histórias.


O que ele não sabia é que a sua própria história, devido à sua longevidade, causaria impacto na vida de outras pessoas. Foram 118 anos e 4 meses divididos com a família, amigos e pessoas que amava, e interrompidos por ocasião de seu falecimento no dia 16 de julho.

Moacir começou a trabalhar cedo, na roça. Mas ao longo dos anos passou por outras profissões, como cozinheiro e segurança. Seu sonho mesmo era se tornar marinheiro. Nas horas vagas, seu passatempo era declamar poesias e contar histórias de guerra.

A causa era óbvia: Moacir havia presenciado e ouvido sobre vários fatos históricos nacionais e mundiais, como a Ditadura Militar, a queda do muro de Berlim, as duas grandes guerras mundiais, entre outros. Moacir também foi contemporâneo de diversas personalidades, como o físico Albert Einstein, o pastor Martin Luther King Jr. e, inclusive, da escritora Ellen Gold White.

Seu recorde nacional de longevidade foi dado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), tendo como base o registro de aposentadoria. Mas familiares e amigos afirmam que ele era o homem vivo mais velho não apenas do Brasil, mas do mundo. Isso porque registros recentes do Guinness Book, o livros dos recordes, apontavam o japonês Kane Tanaka, falecido no início deste ano com 113 anos e 196 dias, como o homem mais velho do planeta.

Moacir, no entanto, não teve seus dados incluídos ali, mas os registros nacionais apontavam: ele era ainda cinco anos mais velho que o japonês.

Em 18 de outubro de 2015, Moacir tornou-se membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, a qual conheceu através de sua neta Auriene de Jesus, que morava com ele. Na realidade, Moacir decidiu criá-la quando era recém-nascida. Mas ao longo dos anos, a história se inverteu, e ela era quem cuidava dele. Eles fizeram estudos bíblicos juntos e foram batizados na foz do Rio das Ostras, Rio de Janeiro, onde residiam.
Descobrir novas verdades bíblicas já aos 114 anos foi algo inusitado para ele, que recebeu tudo com muita alegria, afirmam os familiares. Abandonou vícios como bebida e fumo e passou ter uma dieta equilibrada, seguindo os oito remédios naturais, o que lhe garantiu melhor qualidade de vida. “Com certeza isso ajudou para que vivesse mais e melhor. Cada aniversário era motivo de grande alegria e vitória. Ele tinha o sonho de chegar aos 120 anos”, conta Auriene com nostalgia.

Ao falecer deixou quatro filhos (ele teve oito no total. Quatro já eram falecidos), 23 netos e 28 bisnetos. Moacir não estava diagnosticado com doença alguma, mas seus órgãos pararam de funcionar devido ao cansaço promovido pela idade.
Seu desejo de completar 120 anos não se concretizou, porém, a esperança da família é muito maior. “Sabemos que quando Jesus voltar, no céu, ele irá completar muito mais que 120 anos, e assim realizará o seu sonho. Por enquanto, ele nos deixou um legado de que não existe idade para mudar e para melhorar. Nunca é tarde demais ou velho demais para aceitar Jesus”, pontua.

Por namidianews
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